Avaliação do papaver somniferum e arnica montana ultradiluídos na recuperação anestésica e analgesia pós-operatória em cadelas submetidas à ovario-histerectomia eletiva

Resumo
A ovário-histerectomia é considerada o procedimento mais realizado na rotina cirúrgica veterinária, principalmente em cadelas. Esse procedimento é geralmente realizado com o paciente sob anestesia geral, que consiste na depressão reversível e controlada do sistema nervoso central, causando inconsciência e analgesia, com diminuição das funções sensoriais, motoras e autonômicas. O estímulo nociceptivo desse procedimento cirúrgico pode persistir no período pós-operatório por até 24 horas e é capaz de modificar o comportamento natural dos referidos pacientes. Aproximadamente 30% das mortes relacionadas à anestesia acontecem no período perianestésico, principalmente no período pós-anestésico. Fatores que prolongam o tempo de extubação e recuperação anestésica aumentam os riscos de mortalidade. Visto a importância do período de recuperação anestésica, o emprego de técnicas que permitam uma rápida e adequada recuperação é necessário para o aumento da segurança e bem-estar dos pacientes submetidos à anestesia geral. Objetivou-se avaliar os efeitos do uso do Papaver somniferum 200 cH e Arnica montana 30 cH na recuperação anestésica e na analgesia pós-operatória em cadelas submetidas à ovário-histerectomia eletiva. Foram avaliadas 40 cadelas, de diversas raças, pesando entre sete e 14 kg, com idade entre um e três anos, consideradas ASA I (Associação Americana de Anestesiologia, após exame físico e laboratorial. Foram divididas aleatória e igualmente em 4 grupos, o Arnica, o Papaver, o Solução hidroalcoólica 5% e o Solução fisiológica e receberam 4 gotas de cada tratamento, no período de 1 hora, de 10/10 minutos. Foi mensurado o tempo necessário para o retorno anestésico total (em minutos), bem como a duração da analgesia pós-operatória (em horas), utilizando-se a escala de Glasgow modificada. As frequências cardíaca, respiratória, pressão arterial sistólica e temperatura retal também foram avaliadas durante a recuperação anestésica. O estudo foi realizado em cego, e os códigos revelados após análise estatística. Os dados foram submetidos a ANOVA, seguida pelo teste de Tukey, considerando-se diferença significativa quando p<0,05. O grupo tratado com Papaver retornou da anestesia (41,0 ± 7,6 minutos) mais rápido que os demais: Arnica (65,8 ± 17,3 minutos), hidroalcoólico (68,8 ± 15,0 minutos) e solução fisiológica (55,3 ± 12,5 minutos), p≤0,05. O grupo Arnica necessitou de resgate analgésico mais tarde que os demais (17,8 ± 3,6 horas): Papaver (6,6 ± 0,9 horas), hidroalcoólico (5,1 ± 1,2 horas) e solução fisiológica (4,1 ± 0,9 horas), p≤0,05. Os demais parâmetros fisiológicos não apresentaram diferenças estatísticas entre si. Os resultados obtidos nesse trabalho corroboram com outros descritos na literatura. Conclui-se que o Papaver somniferum 200 cH é eficiente na aceleração do tempo de recuperação anestésica em cães e que a Arnica montana 30 cH pode ser uma alternativa no protocolo de controle de dor aguda nesses animais.
Descrição
Palavras-chave
Anestesia, Cães, Homeopatia
Citação
TRAVAGIN, D. R. P. Avaliação do papaver somniferum e arnica montana ultradiluídos na recuperação anestésica e analgesia pós-operatória em cadelas submetidas à ovario-histerectomia eletiva. 2018. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) — Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2018.