Revisão dos componentes da Ictiofauna brasileira como bioindicadores
Revisão dos componentes da Ictiofauna brasileira como bioindicadores
Data
2023
Autores
Batista, Caroline de Paula
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Editor
UNISA
Resumo
A urbanização acelerada e o crescimento populacional nas últimas décadas têm aumentado a demanda por recursos naturais, levando a práticas exploratórias prejudiciais ao ambiente, afetando os ecossistemas aquáticos e resultando na perda de biodiversidade e na deterioração da qualidade da água. Para avaliar esses impactos ambientais, são utilizados biomarcadores e bioindicadores. Os biomarcadores são respostas biológicas a poluentes, oferecendo medidas sensíveis da contaminação e seus efeitos. Os bioindicadores são espécies que respondem aos
efeitos de poluentes tóxicos e são utilizados para determinar a qualidade do ambiente. No ambiente aquático, os peixes são frequentemente escolhidos como bioindicadores, especialmente aqueles que ocupam posições mais altas na cadeia alimentar, acumulando contaminantes. Apesar de o Brasil ser o país com maior biodiversidade do mundo, as pesquisas relacionadas à utilização e validação da ictiofauna como bioindicador são frequentemente muito pontuais e não reúnem muitas espécies em um mesmo estudo. Devido à necessidade de reunir grupos e ferramentas capazes de determinar e avaliar as condições do ambiente aquático, decorrente de sua intensa utilização, o presente trabalho foi desenvolvido com a finalidade de reunir os peixes
brasileiros que apresentam validação e/ou potencial de serem bioindicadores. A revisão bibliográfica permitiu observar a importância da diversidade de espécies de peixes brasileiros que podem ser utilizados como bioindicadores, porém, existe uma desigualdade na distribuição de estudos, com maior concentração nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. A bacia do Alto Paraná se destaca como a mais estudada, e se apresenta como uma região bastante afetada pela interferência humana. Outras regiões importantes, como a bacia Amazônica, carecem de estudos nesse contexto,
apesar de sua riqueza ictiológica e da influência da mineração. Em meio à abundância de espécies nativas observadas durante o levantamento de dados, espécies introduzidas, como Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) e Poecilia reticulata (Peters, 1859) também foram citadas e validadas como bioindicadores, devido suas características fisiológicas e morfológicas. É perceptível que os tecidos oriundos de brânquias e fígado são frequentemente mais atribuídos a testes com bioindicadores e biomarcadores. Embora a revisão bibliográfica tenha evidenciado 78 espécies da ictiofauna brasileira como potencial bioindicadores, é de suma importância que mais pesquisas sobre bioindicadores da qualidade ambiental sejam desenvolvidas, em razão da crescente pressão sobre os ecossistemas aquáticos. A revisão bibliográfica apresentada fornece um banco de dados de espécies de peixes que foram testadas como bioindicadores, suas áreas de estudo e métodos de pesquisa, facilitando a realização de estudos futuros nessa área.
Descrição
Palavras-chave
Peixes Brasileiros, Degradação, Ecossistema Aquático, Biomarcadores
Citação
BATISTA, Caroline de Paula. Revisão dos componentes da Ictiofauna brasileira como bioindicadores. Orientador: Guilherme José da Costa Silva. 2023. 36 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Biológicas) - Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2023.