II Caderno de educação popular em saúde
II Caderno de educação popular em saúde
Data
2014
Autores
BRASIL. Ministério da Saúde
Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa
Título da Revista
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Título de Volume
Editor
Resumo
Nas palavras em poesia de Milton Nascimento e Chico
Buarque momento de “fecundar o chão”, de fazer o movimento na
terra, misturando sabores e cores, saberes e práticas, culturas e vivências. Como diz Clarice Lispector “... meu enleio vem de que um
tapete é feito de tantos fios que não posso me resignar a seguir um
fio só; meu enredamento vem de que uma história é feita de muitas
histórias’’ (NOLASCO, 2001). Complementaria com o óbvio, uma
história escrita por muita gente, demasiadamente humana!
Assim é o caminhar da Educação Popular em Saúde, constituído por um conjunto de práticas e saberes populares e tradicionais
que, segundo a Política Nacional de Educação Popular em Saúde
(PNEP-SUS), apresentam-se como um caminho capaz de contribuir com metodologias, tecnologias e saberes para a constituição de
novos sentidos e práticas no âmbito do SUS (BRASIL, 2013).
A institucionalização da Educação Popular em Saúde, na gestão federal do SUS, começa a ser gestada ainda no primeiro ano do
Governo Lula, em 2003. Naquela época, foi vinculada à Secretaria
da Gestão da Educação e do Trabalho em Saúde, e, em 2005, foi
incorporada à Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa
(SGEP), fortalecendo sua dimensão estratégica para a promoção
da democracia e da participação social na construção do SUS. Na
SGEP, desde 2009, foi instituído um espaço de diálogo, articulação e formulação compartilhada entre o Ministério da Saúde e
coletivos e movimentos populares. Trata-se do Comitê Nacional
Secretaria de Gestão Estratégica
e Participativa do Ministério da
Saúde
Apresentação
2013. Ano de desafio. De construção. De materialização da
Política Nacional de Educação Popular em Saúde no SUS
Ministério da Saúde II Caderno de Educação Popular em Saúde
de Educação Popular em Saúde que se dedicou a formulação da
PNEP-SUS e atualmente está comprometido com as estratégias
para sua implementação.
Falar sobre democracia e participação social pressupõe o ato de
compartilhamento do poder, troca e construção compartilhada de saberes, estabelecimento de relações solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários do SUS tendo como objetivo sua efetivação. Fazer do
SUS uma realidade vivida e não só assegurada em lei, requer o protagonismo de sujeitos dotados da capacidade de compreender o mundo
e a si mesmos e de atuarem sobre ele, com autonomia e consciência.
Paulo Freire, em atos de compartilhamento, afirma que a
“conscientização é um compromisso histórico”, implicando o engajamento de homens que “assumam o papel de sujeitos que fazem e
refazem o mundo” (FREIRE, 1980).
É com essa perspectiva que a Educação Popular em Saúde vem
sendo construída. De 2003 até os dias atuais, ganhou espaços dos mais
diversos, instalando-se no dia a dia dos serviços, nos processos de formação, na gestão cotidiana do SUS, fortalecendo-se em muitos movimentos sociais populares, nas ruas e nas praças, no campo e na cidade,
constituindo-se como uma práxis em construção.
2013, ano da institucionalização da Política Nacional de Educação
Popular em Saúde no SUS, fato que, além de representar mais uma
conquista, espelha o desafio de ampliação do seu exercício junto aos
gestores e trabalhadores da saúde e a sociedade como um todo.
O exercício da PNEP-SUS não está descolado do cotidiano da
organização da gestão e da atenção. Muito pelo contrário, é ideia-
-força potente para a promoção de atos que contribuam para a garantia da integralidade, ampliando e diversificando as práticas em
saúde por incorporar os modos populares e tradicionais do cuidado,
além de fortalecer a atenção básica como ordenadora das redes regionalizadas de atenção à saúde.
É ferramenta estratégica por apoiar os processos de redução
das desigualdades regionais e das iniqüidades sociais, além de fortalecer as construções em prol das diversidades culturais e das possibilidades de estar e ser no mundo. Potencializa a ampliação da
participação social e da gestão compartilhada, extremamente necessária nas relações entre os gestores e destes com os trabalhadores
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e usuários do SUS. É orientadora no processo de qualificação da
formação e fixação dos profissionais de saúde.
A PNEP-SUS em tempos de regionalização, segundo Decreto
No
. 7508, qualifica e confere maior potencialidade aos processos
construtivos de enfrentamento dos desafios hoje colocados para o
SUS (BRASIL, 2011).
Nada mais oportuno é o fato do Ministério da Saúde, por meio
de sua Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, que conta com
a Coordenação Geral de Apoio à Educação Popular e à Mobilização
Social, estar publicando o II Caderno de Educação Popular em Saúde como expressão viva do seu compromisso em dialogar sobre novas
formas e caminhos de fazer, pensar e sentir a saúde.
O II Caderno de Educação Popular em Saúde está constituído por nove seções, denominadas trilhas: Construindo Caminhos;
Nossas Fontes; Pequena Enciclopédia de Fazeres; Outras Palavras;
Diálogo com a Experiência; Reflexões e Vivências; Entre Sementes
e Raízes e Indicações de Leituras. São trilhas instigantes que proporcionarão ao leitor e aos fazedores e pensadores do SUS novos
aprendizados.
Ao se debruçar sobre o II Caderno de Educação Popular em
Saúde, você certamente se sentirá inspirado por palavras que se fazem ou se fizeram em atos e, somente por terem sido vividas são
palavras demasiadamente humanas! Por isso, nosso sentimento
ao publicar o II Caderno de Educação Popular em Saúde é o de
Antônio Cícero em seu poema Guardar.
Descrição
Palavras-chave
Educação Popular em Saúde, Promoção da Saúde
Citação
BRASIL. Ministério da Saúde; Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa; Departamento de Apoio à Gestão Participativa. II Caderno de educação popular em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.