Impacto psicológico da reprodução assistida: um estudo sobre estresse, depressão e ansiedade em mulheres

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Data
2024
Autores
Cordts, Victoria Barchi
Martins, Giovanna Pires de Lima
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Resumo
INTRODUÇÃO: Os avanços na medicina reprodutiva têm proporcionado alternativas de tratamento para pessoas com dificuldades em engravidar, realizando o desejo de ter filhos. Contudo, a jornada desde o diagnóstico até o resultado do tratamento reprodutivo pode desencadear emoções complexas. Este estudo visa compreender as questões emocionais envolvidas no processo, analisando níveis de depressão, ansiedade e estresse em mulheres submetidas a tratamentos de reprodução assistida, correlacionando-os com o tempo de diagnóstico de infertilidade e tratamento. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, transversal e quantitativo, realizado entre janeiro e fevereiro de 2024, por meio de coleta de dados online, individualizada, voluntária e anônima. Foram utilizados instrumentos como: Questionário sociodemográfico, Beck Depression Inventory II, Escala de Estresse Relatado da Infertilidade (IRSS) e Beck Anxiety Inventory. O estudo foi conduzido no Centro de Reprodução Humana Assistida Ideia Fértil, na Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André. Participaram 262 pacientes, das quais 153 completaram 100% do questionário, compondo o grupo de estudo, com média de idade de 37 anos e diagnóstico de infertilidade. A análise de dados foi feita com o software R 4.2.0, por meio do R Studio 2022.02.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se uma relação negativa significativa entre a idade e o tempo que as participantes pretendiam tentar engravidar, indicando forte evidência contra a hipótese nula. Isso sugere que, com o aumento da idade, as mulheres planejam tentar engravidar por menos tempo. Houve uma correlação negativa estatisticamente significativa entre a idade e os escores no Inventário de Estresse (p-valor de 0.01), indicando que mulheres mais velhas tendem a apresentar menores escores de estresse. Também foi encontrada uma relação negativa entre a idade e os escores no Inventário de Ansiedade (p-valor de 0.02), mostrando que escores de ansiedade tendem a ser menores com o aumento da idade. O número de tratamentos correlacionou-se positivamente com o escore total do BDI (Rho de 0.12, p-valor de 0.04), sugerindo um ligeiro aumento nos escores de depressão com o aumento do número de tratamentos. Já a relação entre o número de tratamentos e o escore total do IRSS apresentou um Rho de 0.10 e p-valor de 0.08, indicando uma relação positiva, mas não estatisticamente significativa, entre o número de tratamentos e os níveis de estresse. Não houve correlação estatisticamente significativa entre o número de tratamentos e os escores do BAI, com Rho de 0.00 e p-valor de 0.96. CONCLUSÃO: Este estudo identificou correlações significativas entre sintomas de depressão, ansiedade e estresse, evidenciando uma associação complexa entre esses aspectos. Depressão e ansiedade mostraram-se moderadamente relacionadas ao estresse, enquanto níveis mais altos de depressão foram fortemente associados a níveis elevados de ansiedade. Houve uma leve correlação entre escores mais altos de depressão e a duração e número de tratamentos realizados pelas pacientes. Os achados confirmam as hipóteses e os objetivos propostos, reforçando a importância de uma intervenção psicológica integrada e contínua durante o tratamento de reprodução assistida.
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Palavras-chave
Reprodução Humana, Infertilidade Feminina, Estresse, Ansiedade, Depressão
Citação
CORDTS, Victoria Barchi; MARTINS, Giovanna Pires de Lima. Impacto psicológico da reprodução assistida: um estudo sobre estresse, depressão e ansiedade em mulheres. Orientador: Gabriel Monteiro. 2024. 43 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Medicina) - Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2024.
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