Reganho de peso após cirurgia bariátrica

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Data
2024
Autores
Geraldini, Isabelle Coze
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Editor
UNISA
Resumo
INTRODUÇÃO: O sobrepeso representa um problema global que progressivamente aumentou nas últimas décadas, aproximadamente 650 milhões de pessoas ao redor do mundo têm sobrepeso. Atualmente a cirurgia bariátrica é considerada o melhor tratamento para obesidade, associada a significativa perda de peso e diminuição do risco das comorbidades associadas. Atualmente a gastrectomia vertical é a abordagem cirúrgica mais comum. Demonstrou redução nas taxas de morbimortalidade, perda de peso durável e menos complexa tecnicamente. O reganho de peso após cirurgia bariátrica é uma preocupação frequente, visto que aproximadamente 30% dos pacientes podem recuperar cerca de 25% da perda total de peso. METODOLOGIA: O presente estudo trata-se de revisão de literatura, a base de dados utilizada foi PubMed, com artigos publicados nos últimos 5 anos (2018-2023), utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Cirurgia bariátrica”, “Reganho de peso”, ligados ao operador booleano “and”. Sendo selecionados para leitura 71 estudos, e destes designados 15 para compor a revisão. Baseados nos critérios de inclusão e exclusão, sendo o primeiro, artigos que citavam cirurgia bariátrica e reganho de peso, disponíveis na íntegra, sendo selecionados revisão de literatura e sistemática, metanálise, ensaios clínicos e ensaios clínicos randomizados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os fatores importantes para o reganho de peso ou perda de peso insuficiente são pacientes com idade elevada, sexo masculino, IMC elevado pré-operatório, distúrbios psiquiátricos (ansiedade, depressão) e com presença de comorbidades (DM2, hipertensão, apneia obstrutiva do sono). Na metanálise analisada, a depressão após a cirurgia foi associada ao reganho de peso, desordens alimentares e pior qualidade de vida, esses resultados reforçam a grande associação entre obesidade e manifestações depressivas. A perda de peso insuficiente foi associada com alimentação impulsiva, distúrbios alimentares e depressão. Contudo, após o período de platô da perda de peso exige que os pacientes adotem medidas restritivas, modificações comportamentais e nutricionais a longo prazo. O artigo analisado por Noria et al. com 300 pacientes submetidos ao RYGB durante o acompanhamento durante sete anos identificou que 37% dos pacientes tiveram reganho de peso significativo. Outro estudo prospectivo de coorte com 1406 pacientes submetidos a RYGB, a média de reganho de peso foi de 5.7% após um ano quando atingido o peso nadir, com aumento de 10.1% no segundo ano, seguido por 12.9% após três anos, 14.2% após quatro anos, e 15% após cinco anos. O mesmo estudo demonstrou que a incidência de reganho de peso ≥10% foi de 23%, 51%, 64%, 69% e 72% entre um e cinco anos respectivamente. Outra revisão sistemática observou que mais de 76% dos pacientes submetidos a gastrectomia vertical tiveram reganho de peso significante em seis anos após a cirurgia. É possível concluir que a cirurgia bariátrica é o principal tratamento para obesidade, contudo, para manter os benefícios do procedimento é de suma importância o acompanhamento multidisciplinar (equipe medica, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos). Ademais, a identificação de fatores preditores para reganho de peso ou perda de peso insuficiente é essencial para rastrear pacientes de maior risco para essas condições, com possibilidade de oferecer mais acesso a recursos e acompanhamento adequado.
Descrição
Palavras-chave
Cirurgia, Cirurgia bariátrica, Reganho de peso
Citação
GERALDINI, Isabelle Coze. Reganho de peso após cirurgia bariátrica. Orientador: Bernardo Mazzini Ketzer. 2024. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Medicina) - Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2024.
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