O impacto dos indicadores de atividade física na assimetria encefálica de idosos: um estudo de ressonância magnética
O impacto dos indicadores de atividade física na assimetria encefálica de idosos: um estudo de ressonância magnética
Data
2024
Autores
Barbosa, Fernanda Pereira Lemos
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
UNISA
Resumo
INTRODUÇÃO: A lateralização do encéfalo para o desempenho das atividades cognitivas
reflete a assimetria anatômica e funcional, fisiológica nos humanos e demais espécies.
Entretanto, muitos distúrbios neuropsiquiátricos estão relacionados ao aumento da
assimetria encefálica, que ocorre primordialmente em idosos. No hipocampo, a assimetria
acentua-se com a idade, passando de 2,7% na segunda década para 4,5% na sétima
década. Pessoas cognitivamente saudáveis apresentam assimetria de 2,5%, com
comprometimento cognitivo leve, 4,4%; e com doença de Alzheimer, 6,8%.
Interessantemente, a atividade física é um fator protetor na demência (28%) e na doença
de Alzheimer (45%). Além disso, promove maior estímulo nos dois hemisférios cerebrais,
devido a manutenção do fluxo sanguíneo e melhor oxigenação, aumentando desempenho
de concentração, memória e manutenção do volume encefálico, como demonstraram
estudos prévios. Entretanto, pouco se sabe sobre o impacto da atividade física moderada
e vigorosa na assimetria encefálica nas diferentes áreas e estruturas do encéfalo.
OBJETIVO: Comparar idosos que realizam a recomendação de atividade física (150
minutos de atividade física semanal) e idosos que não realizam a recomendação quanto a
assimetria encefálica. MÉTODOS: Estudo observacional transversal, com 45 idosos,
divididos em dois grupos: os que praticam mais de 150 minutos por semana de atividade
física moderada-vigorosa, e os que praticam menos de 150 minutos de acordo com o tempo
registrado no acelerômetro. O volume encefálico foi aferido por ressonância magnética. Além
disso, aptidão cardiorrespiratória, teste de funcionalidade e força foram mensurados. Os
programas SPSS e SAS foram utilizados para realização dos testes estatísticos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: 38 das 71 áreas/estruturas apresentam diferença
estatística significante (p ≤ 0.05), sendo que: 19 estruturas apresentaram diferença na área
total, esquerda e direita; 10 estruturas, apenas nas áreas total e esquerda; e 8 estruturas,
nas áreas total e direita. Apenas uma estrutura obteve diferença somente na área esquerda.
O grupo ativo apresentou o encéfalo e seus hemisférios direito e esquerdo, 6,8%, 6,6% e
6,9%, respectivamente, maiores do que os não ativos. Analisando a regressão linear
múltipla, 58 estruturas tiveram como primeiro fator preditor a variável sexo. O tempo de
atividade física parece explicar a assimetria na amígdala e no hipocampo. Estudos prévios
demonstram que a assimetria dessas regiões está relacionada com o comprometimento
cognitivo. CONCLUSÃO: Concluimos que idosos que realizam a recomendação de atividade
física moderada e vigorosa (150 minutos) comparados aos seus pares que não realizam a
recomendação (<150 minutos) apresentam diferenças na assimetria encefálica.
Adicionalmente, o tempo de atividade física e indicadores de aptidão física como força, VO2
e o sexo do sujeito, são preditores de tais diferenças.Este estudo é pioneiro em relacionar
assimetria encefálica com o tempo de atividade física em idosos saudáveis e
cognitivamente saudáveis.
Descrição
Palavras-chave
Hemisfério Cerebral Direito, Hemisfério Cerebral Esquerdo, Pessoas Idosas, Falta de Atividade Física, Aptidão Cardiorrespiratória
Citação
BARBOSA, Fernanda Pereira Lemos. O impacto dos indicadores de atividade física na assimetria encefálica de idosos: um estudo de ressonância magnética. Orientador: Lucas Melo Neves. 2024. 27 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Medicina) - Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2024.