Influência da bipartição escrotal sobre a capacidade de termorregulação e hemodinâmica testicular em caprinos
Influência da bipartição escrotal sobre a capacidade de termorregulação e hemodinâmica testicular em caprinos
Data
2015
Autores
Braz, Karoline Maria Gil
Título da Revista
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Editor
UNISA
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da bipartição escrotal sobre a
capacidade de termorregulação do testículo de caprinos, testando-se a hipótese de
que animais com bipartição possuem menor temperatura testicular, maior
capacidade hemodinâmica local, maior número de células germinativas primordiais
e, portanto, maior capacidade de produção espermática. Para o estudo foram
selecionados 8 bodes que foram divididos de acordo com a conformação dos
testículos: G1 (n=4) animais com pelo menos 25 % de bipartição escrotal; GC (n=4)
grupo controle, sem bipartição escrotal. Todos os animais foram submetidos em
triplicata à termografia escrotal e da superfície corporal (InfraCam®, Boston, USA),
avaliação da temperatura retal, ultrassonografia Doppler (Aloka® SSD 2200)
realizada na região do plexo pampiniforme, considerando-se os parâmetros
velocidade de pico sistólico (VPS), velocidade diastólica final (VDF), velocidade
média (VM), índice de resistência (IR; IR=VPS-VDF/VPS) e índice de pulsatilidade
(IP; IP=VPS-VDF/VM). Adicionalmente, os animais foram submetidos à punção
biópsia aspirativa (PBA) do testículo direito e 2 ejaculados de cada reprodutor foram
coletados. Os dados gerados foram submetidos à análise de variância através de
modelo linear geral (GLIMMIX, SAS Institute Inc, Cary, USA). Não foram observadas
diferenças para os resultados da PBA e da termografia testicular comparando-se os
dois grupos experimentais. Em ambos os grupos, a temperatura retal foi superior a
temperatura de superfície corporal, que foi maior que a temperatura da superfície
escrotal. Na avaliação hemodinâmica apenas o IR e o VPS foram superiores para os
animais bipartidos em relação ao controle. Apesar de estudos anteriores indicarem
uma possível relação entre a bipartição escrotal e a eficiência no processo de
termorregulação, foi verificado que animais com bipartição escrotal inferior a 50%
não apresentaram temperatura de superfície escrotal inferior ao grupo controle,
resultados que rejeitam a hipótese inicial. Embora pesquisas anteriores conduzidas
nas espécies equina e canina tenham associado maiores índices de IR e VPS com
maior resistência hemodinâmica local e, consequentemente, com queda na
qualidade espermática, estudos recentes envolvendo a avaliação testicular Doppler
em ruminantes apontaram correlação positiva para VPS e VDF com o potencial de
fertilidade espermática. Estudos conduzidos na espécie caprina demonstraram maior
comprimento do funículo espermático e da artéria testicular de bodes bipartidos em
relação a reprodutores sem bipartição, resultados que podem justificar o aumento da
velocidade de pico sistólico e da resistência vascular nesse grupo de animais.
Descrição
Palavras-chave
Bipartição, Doppler, Termografia, Testículo, Caprinos
Citação
BRAZ, Karoline Maria Gil. Influência da bipartição escrotal sobre a capacidade de termorregulação e hemodinâmica testicular em caprinos. Orientador: André Maciel Crespilho. 2015. 36 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Medicina Veterinária) — Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2015.