Frequência de erros refrativos e tempo de tela em alunos de 6 a 10 anos de escola pública no interior do Estado de São Paulo
Frequência de erros refrativos e tempo de tela em alunos de 6 a 10 anos de escola pública no interior do Estado de São Paulo
Data
2024
Autores
Capacia, Raquel Bragança Soares
Título da Revista
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Título de Volume
Editor
UNISA
Resumo
INTRODUÇÃO: Erros refrativos (ER) são alterações onde o olho não consegue focar
com precisão os raios de luz de um objeto na retina, resultando em uma imagem
desfocada. A não correção de ER é a principal causa global de cegueira evitável ou
deficiência visual moderada/grave no mundo. Nos últimos anos, pesquisadores
especularam que o uso de smartphones é um fator de risco adicional para a presença
de ER. OBJETIVOS: Identificar em alunos de 6 a 10 anos das escolas públicas
municipais da cidade de Guaratinguetá: a) a frequência de crianças com acuidade
visual abaixo da esperada (20/20); b) a frequência de alunos em primeira consulta
com oftalmologista; c) a frequência de alterações oftalmológicas como deficiências
congênitas e estrabismo, nas crianças com acuidade visual abaixo da esperada
(20/20); d) a frequência de alunos que realizam tempo de tela maior que 2 horas
diárias; e) Comparar alunos dos grupos com rastreio positivo ou rastreio negativo
quanto ao tempo de tela. MÉTODOS: Com um desenho transversal, esse estudo
realizou o rastreio oftalmológico em ambiente escolar, considerando 17 escolas
públicas municipais. Os alunos que não alcançaram visão adequada para faixa etária,
foram encaminhados para consulta oftalmológica, onde foram submetidos aos
seguintes exames oftalmológico: i) Tabela de Snellen – acuidade visual; ii) teste de
Ishihara; iii) teste de motilidade ocular; iv) teste de Hirschberg; v) teste de Krimsky; vi)
biomicroscopia; vii) refração sob cicloplegia; viii) fundoscopia. Avaliou-se também
hábitos e tempo de uso de tela por escolares utilizando um questionário previamente
descrito em estudo anterior. RESULTADOS: No presente estudo, 1417 alunos foram
avaliados, sendo 303 alunos excluídos por apresentarem questionários respondidos
de forma incompleta e 40 alunos por não comparecerem a consulta com
oftalmologista. Assim, 990 alunos compuzeram o grupo rastreio negativo e 109 alunos
o grupo rastreio positivo. Os principais achados foram que 89% dos participantes
(n=990) alcançaram acuidade visual esperada (20/20 – grupo rastreio negativo).
Aqueles que não alcançaram acuidade visual esperada (grupo rastreio positivo),
sendo que 87 alunos estavam realizando a primeira consulta com oftalmologista. As
principais alterações oftalmológicas observadas foram: deficiências congênitas
aferidas pelo teste de Ishihara (16%; 18 alunos), exotropia intermitente comitente
(n=18; 15%), exotropia intermitente com incomitância longe/perto (n=13; 10%). Em
relação a erros retrativos destacamos diferenças na frequencia do olho direito (OD)
comparado ao olho esquerdo (OE) para: Astigmatismo (OD 6%; OE 8%;),
Hipermetropia (OD 16%; OE 20%), Hipermetropia e astigmatismo (OD 48%; OE 34%).
Um elevado percentual de alunos em ambos os grupos realizou tempo de tela acima
da recomendação da sociedade brasileira de oftalmologia [rastreio negativo (94%) e
rastreio positivo (100%)]. Por fim, na comparação em relação ao tempo de tela diário
o grupo rastreio positivo (6,6 ± 3,4 horas) realizou maior tempo de tela (p=0.002)
quando comparado ao grupo rastreio negativo (5,9 ± 3,1 horas). CONCLUSÃO:
Nosso estudo revela a urgência de informação por parte da população da importância
da prevenção de projuízos oculares infantil, assim como a importância de acesso as
consultas periódicas para o cuidado da visão. Também expõe a necessidade de mais
campanhas de conscientização e de maior treinamento de profissionais da saúde e
da educação que lidam com crianças para avaliação inicial e encaminhamento para
profissional especializado sempre que necessário.
Descrição
Palavras-chave
Saúde Pública, Saúde Ocular, Estudantes
Citação
CAPACIA, Raquel Bragança Soares. Frequência de erros refrativos e tempo de tela em alunos de 6 a 10 anos de escola pública no interior do Estado de São Paulo. Orientador: Lucas Melo Neves. 2024. 73 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) — Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2024.