Hipotireoidismo e gestação: diagnóstico e manejo clínico

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Data
2024
Autores
Engler, Maria Júlia Marcolini
Cruz, Murilo Paludetto Minicucci
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Editor
UNISA
Resumo
INTRODUÇÃO: O hipotireoidismo é uma condição endócrina que resulta da deficiente produção ou ação dos hormônios tireoidianos e tem prevalência em torno de 4% a 10% na população geral, sendo sete vezes mais frequente no sexo feminino. Durante a gestação, alterações fisiológicas ocorrem estimulando a tireoide materna a suprir a necessidade aumentada de hormônios que esse período demanda. Quando a capacidade da glândula encontra-se comprometida pode prejudicar o metabolismo materno e fetal, acarretando em complicações para ambos. O objetivo deste estudo foi identificar e analisar o impacto do diagnóstico precoce e destacar o manejo clínico adequado do hipotireoidismo na gestação. MÉTODOS: Para compor essa revisão narrativa que teve como fonte de pesquisa artigos vindos das bases de dados PubMed, Scielo e FEBRASGO, foram utilizadas os seguintes descritores: “Hypothyroidism”, “Pregnancy”, “Pregnancy Complications”, “Thyroid Disease”. Foram selecionados artigos em inglês e português no intervalo de 2004 a 2024. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No período gestacional, adaptações fisiológicas maternas ocorrem para atender às demandas metabólicas elevadas, com isso as concentrações das frações livres e do hormônio tireoestimulante (TSH) estabelecem um novo equilíbrio. Em virtude da flutuação na concentração dos hormônios durante a gestação, o diagnóstico do hipotireoidismo mostra-se desafiador. Para o rastreio, o parâmetro utilizado é a dosagem sérica do TSH e, frente à conhecida redução fisiológica nos seus níveis durante a gravidez, quando elevado é altamente sugestivo de disfunção. A complementação com a dosagem da fração livre de tiroxina (T4) e do anticorpo antitireoperoxidase (anti-TPO) podem ser necessários para elucidação diagnóstica. A avaliação da função tireoidiana deve ser precoce, principalmente em mulheres sob maior risco para disfunção da glândula. Diante da confirmação diagnóstica, o tratamento deve ser iniciado com levotiroxina de acordo com os níveis de TSH, com posterior monitoramento laboratorial e ajuste da dose. Em casos de hipotireoidismo pré-estabelecido, a gestação pode demandar um aumento na dose do medicamento. O hipotireoidismo pode acarretar em complicações entre 2-10 a cada 1.000 gravidezes. Isso porque os hormônios tireoidianos são cruciais para um adequado crescimento somático e desenvolvimento neurológico dos descendentes, e têm um papel significativo no desenvolvimento placentário inicial. Dentre as complicações envolvidas tem-se: aborto, parto prematuro, hipertensão arterial/pré eclâmpsia, entre outras. CONCLUSÃO: A abordagem precoce, o ajuste terapêutico adequado e o monitoramento laboratorial tornam-se estratégias centrais na prevenção de complicações associadas ao hipotireoidismo na gestação, reforçando a importância do acompanhamento pré-natal, indispensável para uma gravidez segura e bem-sucedida.
Descrição
Palavras-chave
Hipotireoidismo, Gestação, Disfunção Tireoidiana, Complicações Gestacionais
Citação
ENGLER, Maria Júlia Marcolini; CRUZ, Murilo Paludetto Minicucci. Hipotireoidismo e gestação: diagnóstico e manejo clínico. Orientadora: Teresa Cristina Piscitelli Bonanséa. 2024. 30 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Medicina) - Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2024.
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