Características epidemiológicas de crianças internadas em uma unidade de terapia intensiva de um hospital da cidade de São Paulo

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Data
2019
Autores
Disessa, Cinthia Portela
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Editor
UNISA
Resumo
O conhecimento do perfil de uma população é imprescindível quando nosso objetivo é estudá-la, traçando características comuns, dados e outros pontos relevantes à pesquisa. A Unidade de Terapia Intensiva surgiu à partir da necessidade de prestar assistência integral e contínua à pacientes de alta complexidade. O que os estudos científicos indicam é a diminuição da mortalidade infantil após a criação e implantação das unidades de terapia intensiva pediátricas implicando em aumento da sobrevida dessa população. Objetivos: Descrever as características epidemiológicas de crianças hospitalizadas na unidade de terapia intensiva do Hospital Municipal Doutor Carmino Caricchio do município de São Paulo e relacionar essas características aos desfechos encontrados. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal e de dados quantitativos com características descritiva e analítica. A população de estudo foi constituída de crianças internadas em uma unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP) no período de dois anos (2016 e 2017). As variáveis analisadas foram: gênero, faixa etária, diagnóstico, tempo de internação, reinternação, procedência, sazonalidade dos agravos, necessidade de atendimento multidisciplinar, uso de ventilação mecânica, escore de risco de morte (PIM 2) e evolução. Na análise estatística foram utilizados os testes do Quiquadrado e de Mann-Whitney e considerou-se nível de significância p< 0,05. Resultados: Foram incluídas 329 internações de crianças no período estudado, dos quais, 56,53% eram do gênero masculino e 43,47% do gênero feminino. Em relação à variável idade, observou-se que os infantes menores de um ano predominam entre as internações na UTIP em questão sendo responsáveis por 41,34% das mesmas. Quanto aos diagnósticos os distúrbios respiratórios foram os mais prevalentes na amostra representando 52,28% das internações. Verificou-se que a porcentagem de crianças com doenças neurológicas e vítimas de queimaduras que não diferem entre si, foram significantemente maiores do que os pueris com patologias respiratórias e do grupo "outras" em 2016 (p= 0,0008). No entanto, as porcentagens de doenças neurológicas foram significantemente maiores do que as doenças respiratórias e queimaduras no ano de 2017 (p= 0,0002). A porcentagem de óbito das crianças por doenças neurológicas (32,3%) foi significantemente maior em relação aos outros grupos de patologias (p= 0,0003). A análise do escore de risco de morte (PIM 2) evidenciou pelo resultado encontrado que se trata de um bom indicador preditivo de mortalidade em UTIP, com Z= 6,85 (p=0,0000). Conclusões: Houve predominância de internações na faixa etária dos menores de um ano, do gênero masculino e com doenças respiratórias. Embora os agravos respiratórios indicaram maior prevalência, as patologias neurológicas apresentaram letalidade superior. O escore de risco de morte PIM 2 mostrou-se um bom preditor de mortalidade em UTI pediátrica. Os resultados sugerem que entre as doenças que motivaram a internação das crianças muitas são sensíveis à atenção primária o que pode ser evitado com a educação em saúde da população otimizando a utilização dos leitos intensivos.
Descrição
Palavras-chave
Epidemiologia, Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica, Saúde da Criança
Citação
DISESSA, C. P. Características epidemiológicas de crianças internadas em uma unidade de terapia intensiva de um hospital da cidade de São Paulo. 2019. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) — Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2019.