Envolvimento das hemoparasitoses e leishmaniose nas doenças renais de cães provenientes da região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais

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Data
2022
Autores
Rabelo, Priscila Fonte Boa
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Editor
UNISA
Resumo
Doenças causadas por agentes transmitidos por vetores são uma ameaça para a vida dos animais de estimação, com grande impacto no seu bem-estar e estão associadas a alta taxa de mortalidade. Ehrlichia canis, Babesia canis vogeli e Rangelia vitalii são patógenos, hemoparasitos em cães, enquanto Leishmania infantum, parasita células mononucleares, podendo causar doenças sistêmicas graves. Todos podem ocasionar doenças renais que têm chance de se desenvolver em curto prazo, levando a lesão renal aguda (LRA) ou em longo prazo, contribuindo para a instalação da doença renal crônica (DRC). Este trabalho teve como objetivo investigar a presença das infecções E. canis, B. canis vogeli, R. vitalii e L. infantum em sangue periférico de 67 cães selecionados após atendimento médico veterinário e que já apresentavam alteração renal. Os animais desse estudo, por conveniência, estão distribuídos na região metropolitana de Belo Horizonte, em área que exibe fases de transição entre o Cerrado e Mata Atlântica, que abrigam um elevado número de espécies de vetores, patógenos e animais. Não houve prevalência por sexo na alteração renal apresentada por esses animais, no entanto a idade avançada teve destaque nos pacientes com LRA e DRC. Desses pacientes 63% (42) foram classificados com LRA, estadiados em 9,5% (4/42) no estádio I, 7,1% (3/42) no II, 31% (13/42) no III, 33,3% (14/42) no IV e 19% (8/42) no V. A média do escore de condição corporal (ECC) e do escore de massa muscular (EMM) desse grupo foi 5 (escala 1 a 9) e 2,5 (escala de 0 a 3), respectivamente, e a média da pressão arterial sistêmica (PAS) 193 mmHg. No grupo de pacientes com DRC, 37% (25/67), foram categorizados em 20% (5/25) no estádio I, 64% (16/25) no II, 8% (2/25) no III e 8% (2/25) no IV. A pesquisa inicial envolveu triagem sorológica para anticorpos anti-Leishmania sp. com o teste TR DPP®. No grupo dos cães com LRA, 54,8% (23/42) foram reagentes e 60,9% (14/23) apresentavam globulina > 4,5 g/dL. Já nos pacientes com DRC 52% (13/25) foram reagentes e 53,8% (7/13) apresentavam globulina > 4,5 g/dL. Nos pacientes com LRA a causa foi identificada pelo exame de PCR em tempo real, onde 11,9% (5/42) foram positivas para E. canise desses cães 60% (3/5) apresentaram globulina > 4,5 g/dL e 2,4% (1/42) para B. canis vogeli com globulina > 4,5 g/dL. Já a frequência relativa da presença da infecção para L. infantum por PCR nesse grupo com LRA, foi 9,5% (4/42) e 50% (2/4) apresentaram globulina > 4,5 g/dL. No grupo de pacientes com DRC um paciente apresentou-se co-infectado para E. canis e B. canis vogeli, representando uma frequência relativa de 4% (1/25) respectivamente e globulina > 4,5 g/dL. Nenhum paciente demonstrou positividade para L. infantum no grupo com DRC e não houve identificação da presença de R. vitalii em nenhum dos grupos estudados. A taxa de mortalidade para os pacientes com LRA foi de 92,9% (39/42) e para os DRC 48% (12/25) durante o período do estudo. Nas condições em que o presente estudo foi conduzido, conclui-se que: infecções por E. canis, B. canis vogeli e L. infantum são causas, em potencial, para a LRA e estão presentes em pacientes DRC estáveis; R. vitalii parece não circular entre os animais da região metropolitana de Belo Horizonte; a hiperglobulinemia contribui para o diagnóstico uma vez que está presente na maioria dos animais infectados; o ECC e EMM pode contribuir na diferenciação do paciente com LRA ou DRC; a magnitude da HAS é influênciada por fatores ambientais e pela gravidade da alteração renal; o diagnóstico molecular a partir do sangue periférico pode ter subestimado a incidência das infecções estudadas, e amostras de outros tecidos devem ser incluídas na investigação assim 11 como avaliação dos títulos de anticorpos na sorologia para diagnostico individual do paciente.
Descrição
Palavras-chave
Ehrlichia Canis, Babesia Canis Vogeli,, Rangelia Vitalii, Leishmania Infantum, Doença Renal
Citação
RABELO, Priscila Fonte Boa. Envolvimento das hemoparasitoses e leishmaniose nas doenças renais de cães provenientes da região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. 2022. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária e Bem Estar Animal) — Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2022.