Caracterização das estomatites relecionadas ao uso de inibidores mTOR e pesquisa do herpesvírus em pacientes transplantados renais

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Data
2021
Autores
Macedo, Débora Serrano de
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Editor
UNISA
Resumo
Os inibidores de mTOR (imTOR) são potentes imunossupressores que podem ser utilizados na terapia pós-transplante (pós-Tx) para pacientes transplantados renais. Tais medicações apresentam diversos efeitos adversos, como diarreia, leucopenia, diabetes, hipertensão arterial sistêmica (HAS), com destaque nas estomatites induzidas pelo uso do imTOR (mIAS), uma complicação comum que causa grande desconforto, sendo associada a redução da dose imunossupressora ou até abandono da terapêutica. Estas alterações orais são por vezes sub diagnósticas e fazem diagnóstico diferencial com outras lesões orais, principalmente com as induzidas pela infecção por herpesvírus. O objetivo desse estudo foi detectar a expressão do DNA dos herpesvírus humanos, em sangue e saliva de pacientes transplantados renais em uso de imTOR e caracterizar as miAS. O grupo de estudo (G1), foi composto por pacientes pós-Tx renal em uso de imTOR e o grupo controle (G2), por pacientes em uso de outros imunossupressores. Foram realizadas coletas das amostras após 1 mes da introdução de imTOR (T1) e 3 meses após T1 (T2). Foram avaliados 35 pacientes (G1=19; G2=16), 8 homens e 11 mulheres, idade média de 49 anos. A maioria dos Tx foram de doadores falecidos nos dois grupos (G1 100% e G2 87,5%). A dose média do imTOR variou de 1 a 10mg/dia; os efeitos adversos prováveis ao uso de imTOR foram: 63,15% anemia (n=12), 57,89% diarreia (n=11), 52,63% leucopenia (n=10), 31,57% de diabetes e HAS respectivamente (n=6) e 31,57% mIAS (n=6). Dentre os pacientes que apresentaram mIAS, as lesões foram graduadas entre grau 2 e 3 de acordo com a OMS. Outras alterações observadas neste grupo foram 3 casos de candidíase oral e 2 de herpes labial. As amostras coletadas foram analisadas utilizando o PCR Pan-Herpes. Foi possível observar discordância a priori entre as análises dos diferentes fluídos (saliva e plasma). O HHV-7 foi o mais prevalente nos dois grupos na análise do fluído salivar tanto em T1 quanto em T2. Não houve nenhum caso de HSV-1 associado a mIAS e o CMV foi mais comum no G2, grupo que não faz uso de imTOR na terapia imunossupressora, com detecção tanto em saliva (T1 25%; T2 22%) quanto em plasma (T1 31,25%; T2 não detetado).
Descrição
Palavras-chave
Transplante renal, Inibidores de mTOR, Everolimo
Citação
MACEDO, D. S. Caracterização das estomatites relecionadas ao uso de inibidores mTOR e pesquisa do herpesvírus em pacientes transplantados renais. 2021. Dissertação (Mestrado em Odontologia) — Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2021.