Abstract:
Introdução: Desde a década de 40 foi introduzida uma metodologia para rastreamento do câncer de colo do útero por meio de raspado de células da região cérvico-vaginal com objetivo de identificar precocemente alterações celulares sugestivas da neoplasia, bem como diminuir a incidência do câncer de colo uterino em todo o mundo. É indispensável para a saúde da mulher e saúde pública a melhoria de programas de rastreamento já existentes para esse tipo de neoplasia, bem como a implantação de tecnologias modernas para o diagnóstico precoce e acompanhamento dos novos casos. Com o objetivo de aprimorar esse rastreamento, a citologia em meio líquido vem trazendo vantagens importantes na melhoria da qualidade da confecção das amostras citológicas. O impacto das novas técnicas da citologia, em geral sobre as anormalidades, tem chamado a atenção dos pesquisadores na utilização desse método e no aprimoramento do mesmo. Objetivo: avaliar a acurácia da citologia em meio líquido processada manualmente e as amostras processadas pela metodologia automatizada em relação à melhoria da qualidade de amostras para a identificação de alterações citológicas por dois observadores. Método: Estudo retrospectivo, observacional, comparativo e qualitativo, constituído por 396 amostras, coletadas de mulheres do presídio feminino da capital, sendo que 202 amostras foram para preparação em método manual e 97 amostras em método automatizado e posteriormente pelo método manual. Após a preparação, as amostras foram coradas pelo método de Papanicolaou e a análise citológica realizada por dois observadores. Resultados: Das 396 amostras analisadas pelo primeiro observador, 373 (94,20%) foram satisfatória e 23 (5,80%) insatisfatória. Para o segundo observador, do total de 396 amostras analisadas foram classificadas 367 (92,68%) das amostras como satisfatória e 29 (7,32%) como insatisfatória. A concordância entre os observadores de acordo com a adequabilidade da amostra para os métodos automatizado e manual foi de 97%, mostrando uma boa equivalência entre os observadores. Comparando os achados morfológicos de amostras feitas pelos dois métodos, há concordância de 7 (7,22%) amostras dentro dos limites de normalidade, 57 (58,76%) como alterações benignas e inflamatórias e 1 (1,03%) de lesões suspeito/positivas para o primeiro observador. Para o segundo, 11 (11,34%) amostras foram classificadas em ambos os métodos como dentro dos limites de normalidade, 59 (60,82%) como alterações benignas e Inflamatórias e 2 (2,06%) como lesões suspeito/positivas. Diante desses resultados a porcentagem de concordância entre os métodos ficou em 68,04% para o primeiro observador e 76,29% para o segundo observador. Os resultados obtidos por ambos os observadores apresentaram uma equivalência em ambos os métodos diante dos achados morfológicos e lesões suspeito/positivas. Conclusão: Ambos os métodos apresentaram índices equivalentes entre si e de acordo com adequabilidade da amostra. A distribuição celular e ausência de artefatos para ambos os métodos contribuiu para uma melhor qualidade da amostra. Diante dos achados morfológicos, ambos os observadores concordam que o método manual se mostrou tão eficiente quanto o automatizado, mesmo sendo o primeiro observador mais criterioso do que o segundo observador.