Eventos cardiovasculares e sua associação com fatores de risco para prevenção secundária em população adulta

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Data
2017
Autores
Chinaia, Cleo
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Editor
UNISA
Resumo
Introdução: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são responsáveis pelas maiores taxas de morbimortalidade no Brasil e pela maior proporção das despesas com assistência ambulatorial e hospitalar. Estimativas da Organização de Saúde (OMS) de 2005 já indicavam aumento da mortalidade por DCNT no Brasil de até 22% até 2015, embora a carga dessas doenças possa ser minimizada pela redução dos seus fatores de risco, diagnóstico precoce e tratamento oportuno. No entanto, a integração de medidas preventivas na prática clínica diária ainda é deficiente, e a descontinuação das medicações prescritas é frequente após eventos agudos, bem como há grande dificuldade de implementação de mudança de estilo de vida. Por este motivo, este trabalho teve como objetivo verificar os eventos cardiovasculares e sua associação com fatores de risco para prevenção secundária em população adulta. Método: foi conduzido um estudo observacional transversal. Participaram do estudo 292 indivíduos com a presença de evento cardiovascular, com idade > 18 anos que responderam a um questionário contemplando dados sociodemográficos, identificação do evento cardiovascular, das medicações prescritas e fatores associados aos eventos cardiovasculares. Resultados: os eventos cardiovasculares ocorreram em 75% das mulheres e 25% dos homens, com média de idade de 56,25 anos e baixa escolaridade (65,7% tinham até o ensino fundamental), representando 23,5% de ocorrência de evento na população estudada. Não foi encontrada diferença estatística entre os eventos cardiovasculares estudados e a idade dos indivíduos (p = 0,074), renda (p=0,1880) e presença de convênio médico (p= 0,9968). Com relação aos fatores de risco estudados, também não houve diferença estatística entre os eventos cardiovasculares e a presença do tabagismo (p= 0,3914) e Hipertensão (p= 0,3128). A maioria das prescrições avaliadas, por grupos de medicamentos para tratamento de eventos cardiovasculares, não se encontrava adequada e 65% destas, foi prescrita pelo médico da UBS sendo que, 96,7% dos indivíduos fazem uso da medicação prescrita e 81,5% retira a medicação na farmácia da UBS. Conclusão: A prevalência de evento cardiovascular (23,5%) na população estudada foi considerada semelhante a encontrada na população do município de São Paulo ou Brasil. Destaca-se o gênero feminino com quase duas vezes maior a incidência destes eventos cardiovasculares que no gênero masculino. A HAS foi o fator de risco mais associado à presença de eventos cardiovasculares. O cuidado integral ao paciente pós-evento cardiovascular, deve contemplar ações coordenadas entre gestores e equipe interdisciplinar que prestam serviços na atenção básica à saúde, bem como investimento na capacitação dos profissionais.
Descrição
Palavras-chave
Doenças cardiovasculares, Epidemiologia, Fatores de risco
Citação
CHINAIA, C. Eventos cardiovasculares e sua associação com fatores de risco para prevenção secundária em população adulta. 2017. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) — Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2017.