Transmissão vertical da hepatite B: uma revisão literária
Transmissão vertical da hepatite B: uma revisão literária
Data
2024
Autores
Satriano, Camila Dalla Martha
Oliveira, Carolina Trabasso Ferraz de
Leoncio, Poliana Alba
Título da Revista
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Título de Volume
Editor
UNISA
Resumo
INTRODUÇÃO: A hepatite B é uma infecção viral transmitida por via sexual,
sanguínea e materno-fetal (vertical). A transmissão vertical é prevalente,
principalmente em mães HBeAg positivas, sendo a vacina e a imunoglobulina
formas eficazes de prevenção após o nascimento. No Brasil, a região da bacia
amazônica se destaca pelo alto impacto em gestantes e pela baixa cobertura
vacinal, o que contribui diretamente com a disseminação do vírus.
Globalmente, a hepatite B é endêmica em países como a China, onde a
transmissão materno-infantil continua sendo um problema de saúde pública.
Entre as mulheres jovens no país asiático, a alta carga viral e a positividade de
HbeAg elevam o risco de infecção do recém nascido (RN). Dentre as mulheres
acima de 40 anos, a prevalência da hepatite B é maior, devido ao fato destas
terem sido infectadas antes da implementação do programa de vacinação
universal. A administração da vacina contra a hepatite B nas primeiras 24
horas de vida é fundamental para prevenir a transmissão vertical, e o uso de
imunoglobulina (HBIG) reforça a proteção em regiões com alta prevalência.
METODOLOGIA: Foi realizada uma busca online no Pubmed, selecionando
artigos entre 2018-2024, e protocolos que discutem a eficácia da profilaxia da
hepatite B em gestantes contaminadas. As palavras-chave utilizadas foram:
“hepatite B”, “gestantes”, “transmissão vertical” e “tratamento”. Foram aplicados
critérios de inclusão, como seleção de artigos gratuitos, disponíveis em
português, inglês ou espanhol e com relevância direta ao tema. RESULTADOS
E DISCUSSÃO: O diagnóstico precoce e o monitoramento com exames
consecutivos, HBsAg, HBeAg e HBV-DNA, são essenciais para reduzir a
transmissão vertical. Diversas metanálises apontaram que a profilaxia (vacina e
imunoglobulina) e uso de antivirais são eficazes na redução da taxa de
transmissão mãe-filho, chegando próximas de zero. O antiviral recomendado
às gestantes é o fumarato de tenofovir desoproxila, que deve ser iniciado na
28ª semana de gestação, podendo ser mantido após o parto. Um estudo
selecionou mulheres grávidas HBsAg positivas com carga viral ≥106
IU/mL na
China de setembro de 2012 a janeiro de 2014, totalizando 614 mulheres que
foram divididas em dois grupos: um grupo controle, sem antivirais, e o
terapêutico, que receberia lamivudine 100 mg/dia ou telbivudine 600 mg/dia ou
tenofovir 300 mg/dia durante a 24ª semana até a 29ª semana. O grupo
terapêutico apresentou um decréscimo significativo de HBV-DNA e HBeAg.
Além disso, mostrou-se altos índices de Alanina Aminotransferase (ALT) e
Aspartato Aminotransferase (AST). No período de seis semanas pós-parto, 355
mulheres (57,8%) apresentaram hepatite pós parto, caracterizado pelo
aumento abrupto das transaminases. Tal fenômeno denomina-se “flare” e
consiste no aumento abrupto de transaminases, decorrente de alterações
imunológicas que ocorrem na gestação. CONCLUSÃO: Este trabalho reforça a
importância da profilaxia combinada e antivirais em gestantes HBsAg positivas
a fim de reduzir a transmissão vertical da hepatite B, contribuindo para as
políticas públicas de saúde em regiões endêmicas.
Descrição
Palavras-chave
Hepatite B - Tratamento, Gestantes, Transmissão Vertical
Citação
SATRIANO, Camila Dalla Martha; OLIVEIRA, Carolina Trabasso Ferraz de; LEONCIO, Poliana Alba. Transmissão vertical da hepatite B: uma revisão literária. Orientadores: Jorge Senise e Cintia Leci Rodrigues. 2024. 23 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Medicina) - Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2024.