O impacto do estresse precoce nas doenças mentais o imprinting cerebral e a depressão
O impacto do estresse precoce nas doenças mentais o imprinting cerebral e a depressão
Data
2023
Autores
Duailibi, Kalil
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Editor
Resumo
O Estresse é uma palavra que está sendo cada vez mais utilizada, porém
sem se ater a todas as situações e alterações neuroquímicas que estão envolvidas neste
processo. Em particular o impacto da exposição ao estresse no início da vida têm sido
cada vez mais estudados, porém ainda são relativamente recentes. Vêm sendo
relacionado com o desenvolvimento de doenças e transtornos mentais, tais como o
transtorno depressivo maior (TDM), os transtornos de ansiedade, o transtorno de
estresse pós-traumático (TEPT), transtornos de personalidade (particularmente
borderline e antissocial) e transtorno por uso de substâncias (TUS). Nas situações em
que ocorreu o estresse precoce na vida das pessoas, o desenvolvimento do transtorno
mental tende a ocorrer de forma mais precoce e o curso tende a ser de maior gravidade.
Além disto, esses pacientes apresentam tendência a menor resposta ao tratamento,
qualquer que seja a sua abordagem (farmacológica, psicoterapêutica ou por outras
modalidades). Objetivos: Determinar o papel do estresse precoce no desenvolvimento
e possível agravamento dos transtornos mentais e avaliar o papel da neuroinflamação
no desenvolvimento de transtornos mentais. Além de verificar a relação do estresse
precoce com o desenvolvimento da depressão ao longo da vida e poder verificar a
correlação entre o estresse precoce e o agravamento dos quadros depressivos, além da
possibilidade de desenvolvimento de comorbidades (Tr. de Ansiedade, Tr. de
Personalidade, Tr. por Abuso de Substâncias, e as comorbidades clínicas) do transtorno
depressivo. Métodos: Realizamos uma pesquisa Descritiva. Artigos de revistas
científicas, livros, teses, dissertações e sites científicos foram avaliados para o presente
trabalho. O levantamento bibliográfico foi realizado por meio de consultas às seguintes
bases de dados científicos: PubMed, SciELO, Cochrane. A busca foi retrospectiva
limitando-se aos artigos científicos publicados até julho de 2022, em língua portuguesa
e inglesa na íntegra, escritos por profissionais da saúde e que contemplam os objetivos
da pesquisa. Foram excluídos relatos de caso, estudos de revisão, e os demais materiais
que não contemplaram os critérios de inclusão acima citados. Discussão: Na presente
dissertação discute-se a ocorrência de estresse precoce, seu papel nas alterações da
metilação do DNA, as alterações neuro-inflamatórias decorrentes, e a forma como isto
impacta no surgimento de quadros mentais a partir da Adolescência, estudando-se, em
particular, o desenvolvimento do Transtorno Depressivo Maior (TDM). Conclusão: A
exposição a estresse de forma precoce é comum, com estimativas de que um quarto das
crianças sofram algum tipo de abuso ou negligência durante a infância, em qualquer
região do mundo e em qualquer situação socioeconômica ou cultural,2,41.Dentre os
transtornos mentais aos quais essa população encontra-se em maior risco, destaca-se
a depressão, melhor representada pelo TDM, que é uma doença altamente prevalente e
que leva a importantes prejuízos funcionais e custos ao paciente e à sociedade5
. Existe uma ligação direta entre o TDM e um processo neuroimune e metabólico sistêmico. Por
meio de alterações nos receptores e no neurofeedback, ocorre em boa parte dos
pacientes com TDM uma disfunção do eixo HHA que se torna hiperativado, acarretando
hipersecreção de glicocorticoides, além de ocorrer no sistema límbico uma disfunção da
neurogênese, com menor proliferação neuronal e da árvore dendrítica, o que piora a
inflamação e diminui a produção do Fator Neurotrófico de Proteção Derivado do Cérebro
(BDNF). Modelos de neuroinflamação com menor proliferação celular e neurogênese apresentam-se com sintomas depressivos e o tratamento antidepressivo é capaz de
promover reversão desses efeitos.
Descrição
Palavras-chave
Estresse, Estresse Precoce, Depressão, Comorbidades, Citocinas
Citação
DUAILIBI, Kalil. O impacto do estresse precoce nas doenças mentais: o imprinting cerebral e a depressão. Orientadora: Jane de Eston Armond. 40 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2023.