Perfil dietético de pessoas com transtorno mental grave e sua associação com indicadores de saúde cardiovascular
Perfil dietético de pessoas com transtorno mental grave e sua associação com indicadores de saúde cardiovascular
Data
2024
Autores
Santos, Erica Vanessa Batista dos
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Editor
Resumo
Pessoas com transtorno bipolar (TAB), transtorno depressivo maior
(TDM) e esquizofrenia (ESQ) se enquadram em um grupo de doenças denominado
transtornos mentais graves (TMG), nomenclatura usada por estarem associados à
incapacidade, sofrimento e mortalidade precoce. Pessoas com TMG têm duas vezes
mais probabilidade do que a população em geral de morrer de uma doença do sistema
circulatório e são mais propensas a desenvolver hábitos alimentares atípicos. O estilo
de vida, particularmente a nutrição, emergiu como uma estratégia eficaz para prevenir
e tratar doenças cardiovasculares, e também está emergindo como uma estratégia
não farmacológica para prevenir e tratar transtornos mentais. Objetivos: Identificar o
consumo calórico, de alimentos in natura ou minimamente processados e
ultraprocessados de pessoas com TMG e verificar se estes se aproximam das
recomendações da Organização Mundial da Saúde. Adicionalmente, objetivamos
verificar a relação desse consumo alimentar com indicadores cardiovasculares (peso,
IMC, colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos, glicemia pós-prandial). Métodos:
Estudo transversal, observacional e analítico, com pessoas atendidas em um Centro
de Atenção Psicossocial (CAPS) e no Ambulatório de Psiquiatria da Unisa com
diagnóstico confirmado de TAB, ou TDM ou ESQ. Um nutricionista experiente coletou
informações gerais (altura, peso, sexo e idade), bem como específicas, utilizando o
questionário de frequência alimentar (QFA) e questionário de apetite emocional
(QUEAPEM). Considerando as quantidades/porções reportadas dos últimos 12
meses, calculou-se Kcal (Software Webdiet), considerando medidas caseiras e as
referências da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO). Perfil lipídico
(colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos) e glicemia pós-prandial foram medidos por
meio de amostras de sangue. Os testes de Shapiro-Wilk e Levene determinaram a
normalidade e a igualdade de variâncias. Os dados dos Questionários de Frequência
Alimentar e do Questionário de Apetite Emocional apresentam características não
paramétricas. A comparação entre os grupos (TAB, ESQ e TDM) foi feita por ANOVA
one-way (dados paramétricos) ou Kruskal-Wallis (dados não paramétricos). Foi
realizada correlação de Pearson (dados paramétricos) ou de Spearman (dados não
paramétricos). O nível de significância foi estabelecido em p ≤ 0,05. Resultados:
Todas as avaliações incluíram um total de 84 pacientes com TMG. Altura, peso, IMC
e idade apresentaram valores semelhantes para variáveis antropométricas. Homens
e mulheres estavam presentes em todos os grupos. Para Kcal de alimentos
processados ou ultraprocessados e HDL verificamos uma correlação negativa e
significante (rho = -0.296*; p = 0.037). Discussão: Demonstramos que o grupo ESQ
teve redução de consumo alimentar nas respostas relacionadas às situações
negativas. Observou-se que o consumo calórico de APs e AUPs ultrapassaram a
média de consumo nacional de 11,28% e 19,69 para os APs e AUPs, respectivamente.
Conclusão: Todos os grupos participantes desta pesquisa apresentaram elevado
consumo de AP e ultraprocessados e preferência por alimentos com maior densidade
calórica, ricos em carboidratos e lipídeos.
Descrição
Palavras-chave
Transtorno Mental Grave, Nutrição, Consumo Alimentar, Recomendações Nutricionais
Citação
SANTOS, Erica Vanessa Batista dos. Perfil dietético de pessoas com transtorno mental grave e sua associação com indicadores de saúde cardiovascular. Orientador: Lucas Melo Neves. 62 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2024.