Residência Médica de Psiquiatria

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    A interface entre a histeria e a anorexia nervosa: uma revisão narrativa
    (UNISA, 2022) Agrelli, Edda Giuliana Fernandes Rêgo
    De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a anorexia nervosa (AN) pode ser delineada como um transtorno mental associado à restrição da ingesta calórica em relação às necessidades por medo de engordar, levando o indivíduo a um peso corporal significativamente baixo. Frequentemente comórbida com transtornos conversivos, de sintomas somáticos, dissociativos e da personalidade, é mais prevalente no sexo feminino. Pacientes anoréxicas despertam a preocupação dos familiares devido à gradual deterioração clínica, colocando sua sintomatologia sobre os holofotes do funcionamento familiar, mecanismo central da manutenção da psicopatologia histérica. Desta forma, dentro do contexto mencionado, este trabalho tem como objetivo principal analisar, através de uma revisão narrativa da literatura, possíveis associações entre a histeria e a AN, tanto do ponto de vista psicanalítico quanto do ponto de vista psiquiátrico. Tal revisão possui cunho qualitativo, e as plataformas consultadas foram: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scielo, Medline, Lilacs e PubMed. Como critérios de inclusão foram selecionados artigos nos idiomas português, inglês e espanhol no período de 2011 a 2021 e livros pertinentes ao tema. Foram excluídos, nas plataformas de busca, artigos em outros idiomas, dissertações, teses e monografias anteriores ao ano de 2011. Foram selecionados 45 artigos para leitura na íntegra, sendo que 25 destes foram excluídos devido a divergências com o tema e indisponibilidade do artigo completo, tendo sido selecionados 20 artigos ao final. Foi possível concluir que, segundo a ótica da psicanálise, os artigos coletados descrevem a recusa à alimentação como um dos sintomas presentes em pacientes histéricas, bem como o “comer nada” como uma medida de posicionamento diante do outro. Através da psiquiatria, a comorbidade e interferência mútua entre transtornos dissociativos, conversivos, de sintomas somáticos e da personalidade e a AN é bem documentada na literatura, tornando sua interface possível e justificando a importância deste trabalho, no sentido de aprimorar a abordagem terapêutica de tal transtorno alimentar.
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    A relação entre declínio cognitivo subjetivo e doença de Alzheimer
    (UNISA, 2022) Vilela, Débora Araújo Mendes
    Os indivíduos com queixas cognitivas subjetivas foram classificados como pessoas preocupadas por muitos anos, visto que suas queixas foram relatadas no contexto da função clínico-neuropsicológica normal. Foi a partir da década de 80 que o conceito de declínio cognitivo subjetivo (DCS) foi introduzido pela primeira vez e, desde o início, foi sugerido que ele pudesse ser uma apresentação precoce de uma doença neurodegenerativa. Jessen e colaboradores, em 2014, evidenciaram que a incidência de Doença de Alzheimer (DA) em indivíduos com queixas cognitivas subjetivas foi 1,5 vezes maior do que no grupo controle e que quando os sujeitos com queixas de memória relataram preocupação com seu declínio cognitivo, essa taxa de conversão aumentou para 2,44 vezes. Até 2014, inúmeras nomenclaturas foram utilizadas para denominar este quadro e foi com o grupo de trabalho conhecido como Iniciativa de Declínio Cognitivo Subjetivo (DCS-I) que o termo declínio cognitivo subjetivo foi consagrado e critérios diagnósticos padronizados foram elaborados. Um outro objetivo deste trabalho foi listar características específicas associadas ao DCS que aumentam a probabilidade de um estágio de DA pré-clínica, conhecidas como DCS plus. Com o envelhecimento da população torna-se imperativo a detecção precoce da DA, visto que ela é a causa mais importante de demência na população idosa, tornando possível uma intervenção precoce antes que os sintomas clínicos significativos se manifestem.
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    Impactos da pandemia do COVID-19 na saúde mental em pacientes pediátricos
    (UNISA, 2022) Kawakami, Karina Mayumi
    Em 31 de dezembro de 2019 houve a primeira notificação de uma nova infecção por coronavírus ocorrido na cidade de Wuhan, China. Foi denominado como covid-19 e rapidamente se espalhou pelo mundo e em 11 de março de 2020 foi declarado como pandemia pela OMS. Para conter a propagação houve o fechamento das escolas em todo mundo afetando mais de 1,4 bilhões de crianças. Apesar de casos graves de infecção por Covid-19 serem baixas nas crianças e adolescentes, o impacto do isolamento social na educação e na saúde mental e física nessa população não pode ser abandonado. Com a intenção de avaliar esse impacto na população pediátrica, foi passado um questionário online para os pais sobre seus filhos menores de 18 anos. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética e Pesquisa da Universidade Santo Amaro e os indivíduos elegíveis foram convidados através das mídias sociais a responder à pesquisa no período de 02/11/2020 até dia 20/12/2020. Houve 186 respostas, mas 13 não se enquadraram a pesquisa, ficando 173 respostas elegíveis. Em relação á dificuldades escolares, a maioria dos pais responderam que houve aumento, da mesma forma sobre o uso de telas e da ingesta de alimentos na pandemia. Futuramente essas crianças poderão ter prejuízos acadêmicos e maior risco de problemas de saúde como obesidade e problemas metabólicos. A saúde mental também foi questionada de maneira indireta, a maioria relatou seus filhos mais ansiosos, mais irritados, risco de explosão de raiva, alteração do apetite e do sono. Esses sinais e sintomas das crianças não fazem diagnóstico para quadros depressivos ou ansiosos, mas são sinal de alerta para um risco maior de transtorno mentais atual ou futuramente. Essa pesquisa teve uma pequena amostra, com risco de ter mais vieses, mas já evidencia que a pandemia trouxe impacto em vários aspectos da saúde mental e física na população pediátrica. É essencial o acompanhamento dessa população durante e após a pandemia, além de orientações da família de manter rotina, higiene do sono e atividade física mesmo no período de isolamento para minimizar o sofrimento das crianças ou adolescentes.
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    O transtorno depressivo na perimenopausa
    (UNISA, 2022) Nasser, Ricardo Vieira
    O Transtorno Depressivo Maior (TDM) é a doença psiquiátrica mais comum e a principal causa mundial de anos vividos com incapacidade. Existe um maior risco desse transtorno em períodos como a pré, peri e pós-menopausa. Os sintomas vasomotores (SVM) parecem ter um impacto no humor depressivo durante a transição da menopausa. Acredita-se que a vulnerabilidade das mulheres à depressão e ansiedade durante a menopausa surja do efeito dos níveis erráticos de estrogênios nos neurotransmissores, particularmente serotonina e norepinefrina, e seus receptores cerebrais. Esse trabalho tem como objetivo fornecer uma busca atualizada clinicamente relevante dos aspectos psicológicos e psiquiátricos na perimenopausa. A Metodologia utilizada foi a revisão sistemática, qualitativa, de artigos publicados na base de dados PubMed e Cochrane nos últimos dez anos. Essa revisão de literatura apontou aspectos importantes por meio de estudos recentes em que sugerem um risco aumentado para o desenvolvimento de morbidade psiquiátrica, como sintomas depressivos, mesmo entre aquelas que nunca experimentaram depressão durante os anos da pré-menopausa. Mulheres com histórico de depressão têm quase cinco vezes mais chances de ter um diagnóstico de depressão maior na perimenopausa em comparação com mulheres na pré-menopausa, enquanto mulheres sem histórico de depressão têm duas a quatro vezes mais chances de ter um diagnóstico de TDM. Os esteroides gonadais estrogênio e progesterona demonstraram afetar o cérebro regiões conhecidas por estarem envolvidas na modulação do humor e do comportamento. As abordagens de tratamento visam sintomas que podem exacerbar ou estar associados à depressão e que muitas vezes são exclusivos desse período da vida de uma mulher, como SVM e sintomas geniturinários e dificuldades de sono.