Modulação dos subtipos de monócitos em idosos submetidos à vacinação para Covid-19
Modulação dos subtipos de monócitos em idosos submetidos à vacinação para Covid-19
Data
2024
Autores
Monteiro, Fernanda Rodrigues
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Editor
Resumo
Infelizmente, a população idosa foi um dos grupos mais afetados pela
COVID-19. Dentre alguns fatores, isso se deve às progressivas alterações do sistema
imune evidenciadas durante o envelhecimento, ou imunossenescência, que acarreta
a maior vulnerabilidade e alteração do funcionamento de várias células imunes. Neste
contexto, os monócitos são células que tem papel fundamental nas respostas imunes
e inflamatórias e podem ser moduladas de acordo como o estímulo/ambiente em que
se encontram em monócitos clássicos, os quais correspondem a aproximadamente
90% do total de monócitos circulantes e são considerados células inflamatórias, além
de poderem dar origem aos seus demais subtipos, ou seja, monócitos não clássicos
e monócitos intermediários. Além destas características, os monócitos também
apresentam a capacidade de produzir e responder a citocinas que podem atuar
favorecendo ou não a resposta imune contra patógenos, como, por exemplo, na
COVID-19. Diante desse cenário, propôs-se neste estudo investigar a possível
modulação dos subtipos de monócitos, bem como sua relação com citocinas de perfil
pró- e anti-inflamatórias em uma população de idosos submetidos à vacinação para
COVID-19. Métodos: Foram convidados a participar deste projeto 66 idosos
(74,74±5,9 anos), de ambos os sexos, que foram submetidos a vacinação para
COVID-19. Amostras de sangue foram coletadas antes e 30 dias após a administração
da segunda dose da vacina CoronaVac (n=48) ou ChAdOx-1 (n=18), para avaliar a
concentração sérica do isotipo IgG especifico para antígenos do SARS-CoV-2, bem
como a porcentagem dos subtipos de monócitos: não clássicos (CD14+CD16++),
intermediários (CD14++CD16+) e clássicos (CD14++CD16-), e os níveis sistêmicos
de citocinas pró- e anti-inflamatórias. Resultados: Maiores níveis séricos de IgG
foram observados nos 2 grupos de idosos participantes do estudo (p<0,0001) pós vacinação do que os valores pré-vacinação. Contudo, os valores de IgG observados
no grupo ChAdOx-1 pós-vacinação mostraram-se maiores do que aqueles
encontrados no grupo CoronaVac (p<0,0001). Sobre os monócitos, o grupo ChAdOx 1 mostrou aumento de monócitos intermediários, clássicos e não clássicos quando
comparado aos valores observados tanto pré-vacinação no mesmo grupo (p<0,0001)
quanto aqueles evidenciados no grupo CoronaVac pós-vacinação (p<0.0001). Em
relação as citocinas, foram observados menores níveis de IL-10, IL-13, IL-12p70 e IL 18 no grupo ChAdOx-1 pós-vacinação (p=0,0001, p<0,0001, p<0,0001 e p=0,0061,
respectivamente), quanto aos valores observados no grupo vacinado com CoronaVac
no mesmo momento (p<0,0001). Entretanto, os níveis de IFN-Ɣ mostraram-se
significativamente aumentados no grupo CoronaVac pós-vacinação (p=0,0189). Foi
visto associações positivas entre monócitos intermediários e clássicos, nos momentos
pré- e pós-vacinação (p<0,0001), nos dois grupos de voluntários. No grupo ChAdOx 1 houve somente associação positiva entre monócitos não clássicos com a razão IL 6/IL-10 (p=0,0168) e no momento pós-vacinação do grupo CoronaVac apresentou
associações positivas entre todos os subtipos de monócitos e a razão IL-13/IL-10
(p=0,0230). Vale ressaltar ainda que no momento pós-vacinação foi observado
associações entre os níveis de IgG e todos os subtipos de monócitos em ambos os
grupos. Conclusão: Os voluntários vacinados com ChAdOx-1 apresentaram tanto
melhor resposta de anticorpos quanto uma significante modulação na porcentagem
dos perfis de monócitos.
Descrição
Palavras-chave
Citocinas, Inflamação, Vacinas
Citação
MONTEIRO, Fernanda Rodrigues. Modulação dos subtipos de monócitos em idosos submetidos à vacinação para Covid-19. Orientador: André Luis Lacerda Bachi. Coorientadora: Carolina Nunes França. 54 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) - Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2024.