Influência do nível de atividade física de idosos sobre a massa muscular, equilíbrio e a carga plantar

Abstract

A sarcopenia vem atingindo milhões de idosos, sendo um grande desafio da saúde pública nas últimas décadas. Pesquisas recentes e de décadas passadas têm ressaltado que dos diversos tipos de tratamentos direcionados para a sarcopenia no idoso, a atividade física (AF) e o treinamento com exercícios resistido apresentam-se de grande valia na efetividade do desempenho físico, manutenção e ganho de força muscular e redução do risco de quedas. Porém, observa-se uma escassez de estudos que verificam a influência do nível de atividade física para melhora do índice de sarcopenia, desempenho físico e quedas em idosos ativos. Objetivo: Influência do nível de atividade física dos idosos da região Sul de São Paulo sobre o índice de sarcopenia, desempenho físico, força de preensão manual e percepção do risco de queda. Métodos: Foram avaliados 47 idosos atendidos no Núcleo de Convivência dos Idosos da região Sul de São Paulo/SP. Os idosos foram divididos em três grupos: grupo 1: composto por 13 idosos com nível de AF baixa, grupo 2: composto por 16 idosos com nível de AF moderada e grupo 3: composto por 18 idosos com nível de AF alta. O processo de avaliação foi dividido da seguinte forma: etapa 1, avaliação inicial e nível de atividade física por meio do questionário Internacional de Atividades Físicas (IPAQ); etapa 2, avaliação do desempenho físico por meio do Timed Up & Go Test (TUG); etapa 3, avaliação da força de preensão manual por meio do dinamômetro digital; etapa 4: avaliação da percepção do risco de quedas por meio do Falls Risk Awareness Questionnaire-FRAQ/Brasil e etapa 5: avaliação do índice de sarcopenia por meio do exame de Absorciometria Radiológica de Dupla Energia (DEXA) e etapa 5: avaliação da pressão plantar durante a marcha. Análise Estatística: As comparações intergrupos por meio da Análise de Variância-One-way e análise de regressão linear simples, considerando um nível de significância de 5%. Resultados: A massa muscular no nível de AF alta foi maior quando comparado aos níveis de AF: moderado e baixo. O escore do IPAQ e o desempenho físico apresentaram maiores no nível de AF alta, quando comparado aos idosos com nível de AF baixo e moderado. Na análise de Regressão Linear Simples pode-se observar que a percepção do risco de queda e o desempenho físico apresentaram boa relação causa efeito com o gasto energético do IPAQ no nível de atividade física alta e moderada praticada pelos idosos. Outro achado foi que os idosos praticantes de AF alta reduzem o pico de pressão e aumentam a área de contato sobre as regiões de mediopé e retropé, melhorando a distribuição da carga plantar durante a marcha quando comparado aos idosos praticantes de AF baixa. Porém, ao transitar da AF baixa para moderada, esta se apresentou com um aumento do pico de pressão e força máxima sobre retropé medial e lateral, o qual foi reduzida após melhor adaptação dos pés ao aumento da intensidade de AF (nível alto) dos idosos. Conclusão: O nível de atividade física alta promoveu uma menor perda de massa muscular em relação aos níveis moderado e baixo que apresentaram sarcopenia, perda de massa muscular. Além disso, o escore do IPAQ e o desempenho físico aumentam de acordo com o nível de AF alta. O desempenho físico e a percepção do risco de queda relacionaram-se com o maior gasto energético do IPAQ (MET/min/sem) no nível de atividade física alta e moderada praticada pelos idosos. Além disso, a AF de intensidade alta reduziu a sobrecarga plantar em mediopé e retropé