Abstract:
A imigração boliviana na cidade de São Paulo teve maior visibilidade a partir da década de 1990, por meio da mídia impressa e televisiva, isso fez com que reportassem essa comunidade como marginalizada e discriminada, com isso, a identidade cultural destes imigrantes sofreu influências, tanto dos que na cidade residem quanto os novos imigrantes que chegaram. A presente dissertação teve como objetivo entender os processos de identificação dos imigrantes bolivianos na cidade de São Paulo, tomando como base os locais que são símbolos e que representam a cultura imigrante boliviana na cidade (Praça Kantuta, Rua Coimbra e Memorial da América Latina). Diante do exposto, nossa inquietação foi considerar como os bolivianos se integram à identidade cultural na Cidade de São Paulo, preservando sua individualidade de origem e/ou se adaptando às necessidades de sobrevivências na nova realidade em que se alocam? Com esta observação, chamamos atenção para a necessidade de ampliação do foco sobre o tema da imigração contemporânea e para novos elementos que se somam para além de uma visão dicotômica e simplificadora da relação entre migração e pertencimento. A comunicação intercultural nos relacionamentos que se estabelecem e as dificuldades e facilidades desta adaptação vão além de uma identidade cultural aplicada, que exige interpretar esses sujeitos como pós-modernos diante dos contextos vividos. A pesquisa seguiu os moldes da pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, utilizando os autores de base, tanto para abordar a imigração no Brasil, quanto para discutir e ampliar o debate sobre a imigração boliviana na cidade de São Paulo. As análises ampliaram a discussão (teórico-empírico) além de apontar caminhos que ainda não logramos responder, tais como: de que maneira pode ocorrer a mudança e o fortalecimento dessa comunidade a partir das relações de cultura estabelecida e que estes imigrantes constroem em São Paulo.