Fatores psicológicos identificados em idosos internados e mecanismos de enfrentamento na relação saúde–doença

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Data
2017
Autores
Ladessa, Lilian Elizabeth Cassia Leite
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Editor
UNISA
Resumo
Introdução: O adoecimento não faz parte do projeto de vida, logo, é comum que cause um forte impacto à pessoa enferma. O período de hospitalização é vivenciado pela pessoa internada de acordo com seus aspectos de personalidade, histórico de vida, contexto social, recursos emocionais, dentre outros, podendo ser sentido de forma desadaptativa. Nesse contexto, a pessoa idosa pode apresentar fragilidade emocional e menor nível de resiliência durante a hospitalização, aumentando as chances de desenvolvimento de comorbidades psiquiátricas como ansiedade, depressão e comportamentos agressivos. Objetivo Geral: Avaliar a saúde mental de uma amostra de pacientes idosos internados em Hospital Geral. Métodos: Estudo epidemiológico, observacional, de corte transversal, realizado com amostra probabilística de 213 pacientes idosos internados em uma enfermaria de Hospital Municipal Geral na cidade de São Paulo. Foram incluídos os pacientes que estivessem conscientes e organizados e sem diagnóstico prévio de transtorno psiquiátrico. Os pacientes foram solicitados a responder um questionário sobre características demográficas, bem como escalas para a avaliação de sua saúde mental, a citar: (1) sofrimento psicológico (SRQ- 20); (2) estresse percebido (EEP), (3) Escala de Modos de Enfrentar Problemas (EMEP), (4) Escala de Depressão e Ansiedade em Hospitais (HAD), (5) Atividades da vida básica e instrumental (índice de Katz). O desempenho nessas escalas e outras variáveis foram comparados entre pacientes com e sem sintomas de transtornos psiquiátricos, depressão e/ou de ansiedade, de acordo com a escala HAD; a diferença entre os grupos foi assumida quando p<0,05. Resultados: Dentre os pacientes incluídos na análise, 51,7% eram homens, sendo que 64,7% apresentaram pelo menos algum sintoma de transtorno psiquiátrico, seja ele depressivo ou ansioso. Os pacientes com algum sintoma de transtorno psiquiátrico não diferiram dos demais quanto a gênero (p=0,396), idade (p=0,855), anos de escolaridade (p=0,971), estado civil (p=0,187), renda familiar (p=0,752), religião (p=0,086), dias de internação na instituição (p=0,122), dias de internação na enfermaria (p=0,615), bem como número de internações prévias (p=0,120). Entretanto, esses pacientes relataram maior sofrimento psíquico (p<0,001) e maior número de sintomas de estresse (p<0,001) que seus pares que não pontuaram para qualquer tipo de sintoma de transtorno psiquiátrico. Conclusões: Transtornos psiquiátricos devem ser avaliados como parte de protocolo de rotina desde o momento da internação do paciente em hospitais gerais. A alta prevalência de sintomas de depressão e ansiedade aqui estimada sugere a avaliação rotineira de sintomas psiquiátricos em pacientes idosos admitidos em Unidade Hospitalar. Detectar precocemente esses sintomas permite manejar o impacto da saúde mental de uma internação como forma de diminuir o sofrimento psíquico e de sintomas de estresse possibilitando uma maior qualidade de vida, além de contribuir para uma possível redução do período de internação ou reinternações posteriores.
Descrição
Palavras-chave
idoso, saúde do idoso, serviços de saúde para idosos
Citação
LADESSA, L. E. C. L. Fatores psicológicos identificados em idosos internados e mecanismos de enfrentamento na relação saúde–doença. 2017 Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) — Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2017.